quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Mãe chama PM para sair de estação da CPTM com filho cadeirante

Foto: DivulgaçãoA falta de acessibilidade na estação Brás Cubas, da Linha 11-Coral, em Mogi das Cruzes , fez uma mãe chamar a Polícia Militar para conseguir sair com o filho cadeirante do local, administrado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Um policial subiu as escadas da passarela com o menino que tem paralisia cerebral no colo, enquanto o outro PM leva a cadeira de rodas especial. A CPTM informou que tem como meta tornar todas as estações acessíveis e que os funcionários são orientados a ajudar.

“Meu filho tem paralisia cerebral e é surdo. Então, pelo menos duas vezes por mês, eu vou até a AACD de Mogi, na de São Paulo, além do Hospital das Clínicas. Vou de trem e, para chegar em casa, preciso ir até a estação Mogi das Cruzes, trocar de plataforma e pegar o trem de volta, no sentido contrário, para descer do lado certo em Brás Cubas, porque a estação não tem acessibilidade. Acontece que há duas semanas, eu desci em Brás Cubas sem fazer a volta, pedi ajuda para alguns funcionários e fui atendida. Na segunda, uma funcionária da CPTM me negou ajuda e mandou eu fazer a volta”, contou a mãe de Murillo, Daiane Tamires da Silva.

Sem ajuda, a mãe ligou para o 190 e pediu ajuda à Polícia Militar.

“Como a policial viu que não tinha jeito, que eu realmente precisava de ajuda, mandou uma equipe. Eles entraram na estação, conversaram com os funcionários e me ajudaram. Um pegou meu filho no colo e o outro pegou a cadeira. Subimos a passarela e consegui chegar em casa”, destacou. A passageira registrou boletim de ocorrência não criminal no 2º Distrito Policial.

A mãe conta que entrou com um processo judicial contra a CPTM por causa da falta de acessibilidade.

“Se eu moro em Brás Cubas, não tenho o por que ir até Mogi das Cruzes e voltar pra conseguir sair do lado certo. Eu tenho dois filhos especiais, que precisam e dependem da acessibilidade. Além de não ter rampa na estação, o espaço entre o trem e a plataforma é muito grande. É um desrespeito com quem precisa ser incluído”, destacou.

Em nota a CPTM informou que tem como meta tornar todas as estações acessíveis. Das 92 estações existentes, 47 já foram adequadas de acordo com as normas de acessibilidade. No caso das estações do Alto Tietê, em que a Estação Braz Cubas está incluída, a CPTM aguarda a liberação de recursos do PAC da Mobilidade, prometidos pelo Governo Federal, para contratar as obras de acessibilidade.

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